top of page
Foto do escritorLília Palmeira

Os Maias - O Calendário das 13 Luas e o Dia Fora do Tempo

Alguns acreditam que os Maias identificaram o aspecto energético e espiritual do tempo de cada dia e codificaram isso em seus calendários...

Como outras civilizações antigas, os maias sacralizavam os conhecimentos de astronomia, matemática e escrita, sendo estas de função dos sacerdotes e letrados cujos registros se cristalizaram no sistema de calendários.


A grande importância dada pelos maias à medição do tempo decorre da concepção que tinham de que tempo e espaço, em verdade, se tratam de uma só coisa e que flui não linearmente, como na convenção europeia ocidental, mas circularmente, isto é, em ciclos repetitivos. O conceito chama-se Najt e é representado graficamente por uma espiral.

O calendário haab tinha seu uso mais afeto às atividades agrícolas, notadamente na prescrição das datas de plantio, colheita, tratos culturais e previsão dos fenômenos meteorológicos. Era o calendário das coisas e das plantas. Já o calendário tzolkin era usado para as funções religiosas em função do qual se marcavam as cerimônias, se fazia a adivinhação das pessoas e se encontravam as datas propícias para seus atos civis.


saiba mais: CALENDÁRIO MAIA


José Argüelles[i], professor de estética e história da arte norte americano, se sentiu atraído ao estudo da cultura Maia, mais precisamente pelo seu calendário sagrado, o Tzolkin.


Segundo Argüelles, aquilo a que se chama "calendário Maia" é um sistema de sincronização de ciclos terrestres, solares, interplanetários e galácticos de uma forma fractal e que utiliza por base um padrão ou proporção unicamente matemática a que se chama a frequência 13:20.


Treze se referindo às 13 lunações anuais (13 x 28 = 364). Como o mês lunar tem 28 dias, multiplicado por 20 (base) resulta em período próximo ao ciclo ovariano da reprodução humana.


Nas palavras de Arguëlles:

O que propomos que se adote em vez do Calendário Gregoriano é o Calendário das 13 Luas/28 dias[ii].

Este é um verdadeiro “sincronômetro” perfeitamente harmonioso – cada mês, ou melhor, lua, tem exatamente 28 dias, quatro semanas perfeitas de 7 dias, treze vezes por ano. Isto perfaz uma soma de 364 dias ou 52 semanas perfeitas. Cada mês é um espelho perfeito de cada mês. Assim, este calendário 13 luas/28 dias é um padrão de medida perfeita. O último dia – o 365 – não á um dia de semana nem de lua, e por isso, chama-se a este dia, o dia fora do tempo, e corresponde à data gregoriana de 25 de Julho. Neste dia há festivais mundiais para celebrar "o tempo é arte" e para o perdão universal.


Pelo contrário, o calendário gregoriano não tem padrão – é uma coleção de 12 meses irregulares em duração, com nomes irracionais, onde as semanas não correspondem à duração dos meses. Esta confabulação não científica, que aceitamos como um dogma, cria uma confusão no inconsciente coletivo, e por consequência este calendário, programa a sociedade com valores não harmônicos e irracionais.


O calendário das 13 luas baseia-se num dos 17 calendários maia, o Tun Uk, e sincroniza-se com a medida 13:20, tzolkin ou módulo harmônico. Mas, o calendário das 13 luas não é um dos calendário maia. É um calendário universal. Por exemplo, por mais de 5.500 anos, os indígenas dos Andes utilizavam um calendário 13 luas/28 dias e também os druidas de Inglaterra, entre outros. É pela sua universalidade que os próprios reformistas do calendário o preferem.


Finalmente, outro ponto importante. O calendário das 13 luas toma como o seu Ano Novo um dia que corresponde ao dia 26 de Julho. No passado, para os egípcios e maias, se celebrava este dia porque neste dia se produzia a conjunção da grande estrela Sírio e o Sol nascente. Portanto, este dia reporta-se a um fato cósmico pelo qual o Calendário das 13 luas que utilizamos hoje é também uma parte integral de uma nova revelação do tempo a que se chama "Encantamento do Sonho". Por esta razão, não devemos confundi-lo com o Calendário Maia tradicional, porque o Calendário das 13 luas tem por propósito uma demonstração da ordem sincrônica da 4ª dimensão, ou seja, uma revelação da Lei do Tempo.


O Dia Fora do Tempo manifesta uma maior conexão com a Essência Geradora de Vida.


Os antigos, entre eles os maias, tinham conhecimento que a Lunação não dura exatamente 28 dias, então o dia extra no ano solar significa que “os meses do calendário estão em fase com a Lua Nova somente uma vez a cada 21 anos, o que se chama o Grande Ano Lunar”. Os últimos Grandes Anos Lunares aconteceram em 1951, 1972, 1993, 2014. O próximo será em 2035.



Fontes:


------------

[i] Joseph Anthony Arguelles, também conhecido como Valum Votan, nasceu no Estado de Minnesota, Estados Unidos, e viveu seus primeiros cinco anos de vida na cidade do México, mudando-se para a Califórnia no final da Segunda Guerra.

Formado pela Universidade de Chicago, recebeu bacharelado na Arte Liberal e fez mestrado de História da Arte. Recebeu o título de Ph.D. em História da Arte e Estética na Universidade de Chicago, além de estudar História da Arte em Paris.

Como estudante do Chogyam Trumgpa Rinpoche, freqüentou o Primeiro Seminário Norte-Americano Vajrayana em Jackson Hole, Wyoming.

José Argüelles, como preferia ser chamado, era ativista para a Paz e a Transformação da Consciência Planetária. Com sua esposa Lloydine, fundou a Rede de Arte Planetária, em 1983, promovendo a arte como o fundamento da paz global, dedicando-se a reativar o Pacto de Paz e a Bandeira da Paz de Nicholas Roerich.

O autor ainda possui vários livros publicados em todo o mundo e nos mais diversos idiomas.

Faleceu em 23 de março de 2011


[ii] O Calendário de 13 Luas foi criado pela Fundação Lei do Tempo, uma organização sem fins lucrativos que trabalha pela disseminação da cultura e da paz ao redor do mundo. A Fundação existe desde o ano 2000, mas os estudos sobre o Calendário de 13 Luas e a matriz do Tzolkin estão em atividade desde 1990.


Lília Palmeira - 2014/2021

 

Conheça mais nas obras disponíveis na Amazon:


181 visualizações1 comentário

Posts recentes

Ver tudo

1 Comment


Cláudio Carvalho
Cláudio Carvalho
May 14, 2021

José Argüelles, Nicholas Roerich e Chogyam Trumgpa Rinpoche, só fera. Todos usados nas Referências Bibliográficas das Trilogias Tifonianas de Kenneth Grant. Muito parecido com o Calendário Luni-Solar céltico, fora o "Dia Extra ou Sem Nome". Os antigos sabiam das coisas e muito. 😌

Like
bottom of page