Com 12 animais e 5 elementos, o Ano da Serpente de Madeira ocorre a cada 60 anos, e 2025 pode ser mais favorável do que 1965.
Em 29 de janeiro de 2025, o dragão celestial dará lugar à cobra terrestre no calendário lunissolar chinês.
Existem 12 animais do zodíaco na astrologia chinesa, e cada um possui um conjunto de qualidades únicas. A cada ano, um animal é pareado com um dos cinco elementos – metal, madeira, água, fogo e terra. Os elementos se complementam e entram em choque uns com os outros, mas é essa interação constante que se acredita promover harmonia, equilíbrio e ordem no mundo natural.
As qualidades únicas de um zodíaco elemental são frequentemente usadas para descrever os traços de personalidade de indivíduos nascidos naquele ano.
Em 2025, damos as boas-vindas ao Ano da Serpente de Madeira. Também é conhecido como o Ano da Cobra Verde, pois a madeira é associada à cor verde de acordo com a teoria chinesa dos cinco elementos.
Embora a cobra possa simbolizar o mal e a traição em algumas tradições — a serpente representa o diabo e a tentação na Bíblia cristã, por exemplo — na cultura chinesa ela simboliza sabedoria e agilidade
Madeira representa crescimento, flexibilidade e tolerância. Ao mesmo tempo, também nutre o elemento fogo, que representa vitalidade e mudança.
Se a história serve de referência, o ano que vem será um tempo de mudança dinâmica – assim como o mundo vivenciou no Ano da Cobra de Madeira anterior. Como cada animal elemental segue um ciclo de 60 anos, o último Ano da Cobra de Madeira foi em 1965.
Aquele ano foi crucial e importante em muitos aspectos.
Viu a aprovação do Voting Rights Act (Lei dos direitos de voto) nos Estados Unidos, estimulado por marchas pacíficas que enfrentaram uma reação violenta. A legislação histórica visava superar as barreiras legais que impediam a comunidade negra de exercer seu direito de votar.
Pela primeira vez, a missa na Igreja Católica foi celebrada em línguas locais em vez de latim, e o cosmonauta soviético Alexei Leonov se tornou a primeira pessoa a caminhar no espaço. Se deu o surgimento de rupturas que transformaram o perfil sonoro da música, com o aparecimento de instrumentos como o sitar na trilha sonora dos Beatles.
Publicação do que se tornaria a Lei de Moore pela Electronics Magazine, em 19 de abril, um artigo de Gordon Moore sobre a evolução dos Circuitos Integrados (Chips).
Também em 1965, Cingapura foi separada da Malásia para se tornar um estado independente e soberano.
Mas o ano não foi isento de desafios.
Hong Kong viu uma série de corridas bancárias, incluindo o colapso do Canton Trust and Commercial Bank; o envolvimento militar cada vez mais ativo dos EUA intensificou a guerra do Vietnã (1954–1975).
No Brasil a ditadura se firmou com a publicação do Segundo Ato Institucional que determinou as perdas dos direitos políticos dos opositores ao regime, dos direitos dos funcionários públicos. A intervenção federal nos estados e municípios poderia ser decretada sem prévio aviso e o Congresso Nacional poderia ser fechado a qualquer momento. Desta forma, o AI-2 passaria a inviabilizar toda e qualquer resistência ao regime no país. Além disso, qualquer cidade ou estado poderiam ser isolados do resto da nação, caso o presidente assim o decidisse.
No entanto, podemos estar com sorte e na fila para um ano mais favorável desta vez.
O próximo Ano Novo Lunar é um de “dupla primavera”, ou seja com duas ocorrências do início da primavera ( lichun ) em um ano do calendário lunar chinês.
O primeiro lichun cai em 3 de fevereiro de 2025, o sexto dia do Ano Novo Lunar, enquanto o segundo cai em 4 de fevereiro de 2026, mais de uma semana antes do fim do Ano da Cobra, em 16 de fevereiro de 2026.
Na tradição chinesa, a primavera representa uma nova vida e novos começos. O número dois é considerado sortudo, como refletido no provérbio chinês de que coisas boas vêm em pares.
Acredita-se que quando há duas primaveras no ano, isso amplifica as bênçãos e a boa sorte, tornando-o particularmente auspicioso para decisões importantes.
O zodíaco chinês corresponde a um ciclo de 12 anos, com cada ano atribuído a um dos doze animais: rato, boi, tigre, coelho, dragão, cobra, cavalo, cabra, macaco, galo, cão e porco, nessa sequência.
Curiosamente, o ano da cobra é às vezes chamado de ano do “pequeno dragão”, já que acredita-se que o dragão mítico tenha sido inspirado na cobra, de acordo com a crença tradicional chinesa.
O termo também serve para aliviar quaisquer sentimentos de inadequação entre aqueles nascidos sob o signo da cobra, já que a cobra geralmente não é celebrada de forma tão grandiosa quanto o dragão.
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Por Xinyi Wu
Publicado originalmente em 3 de dezembro de 2024 em SCMP
Adaptado por Lilia Palmeira
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